quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sobre Discos e Lencóis

Do banco da Praça (novamente) te vejo partir, não sei descrever a sensação que toma conta do meu corpo neste exato momento, não sei como posso descreve-lá a você, meu caro amigo.
Para entender o que sinto primeiro você deve entender "porque" sinto.

Toda aquela graça e leveza não me pertenceria a partir de agora, como teria cabeça para escrever algo, eu sei que você está preocupado, angústiado ou apenas curioso para saber qual o motivo desta evidente palidez que tomou conta de minha pele..Bom vamos lá, tudo começou com uma tarde de Agosto, para falar a verdade é mentira, tudo já começou baseado em mentiras, após quedas drásticas da vida eu resolvi acalmar o meu corpo, resolvi desgastar mais o meu coração e o meu cérebro. Com isso conheci muitas pessoas interresantes outras nem tanto, neste momento não sei aonde posso colocar-lá nas interresantes ou não. Mas não me leve a mal, este é só mais um texto de raiva, as folhas já estão todas molhadas de lágrimas e suor, acabo de rasgar nossas fotos e elas ainda estão espalhadas pelo quarto, pelo nosso quarto que agora instantâneamente se tornou "meu" novamente, o seu nome já foi riscado do meu armário, suas fotos já foram tiradas dos porta retratos, a unica coisa que está sendo dificil de apagar foram as promessas feitas as estrelas, as delarações feitas para as nuvens, é como uma cicatriz, por mais que venha a curar jamais some de nossa pele, que no caso de promessas feitas com tanta importância ficaram eternizadas em nossos corações, eu digo "nossos" não para incluir-lá na história, mas sim porque ela acabou de quebrar o meu coração em dois, três ou mil pedaços que seja, tanto faz a dor é imensa a unica companhia que me agrada é o nosso velho toca discos com aquelas musicas que você odiava, talvez essa seja a minha forma de tentar exorcisar o que resta de você aqui dentro de mim, está sendo impossivel, por mais que eu goste da musica, me sinto bem ouvindo a musica, mas quando olhos os retalhos das fotografias sobre o chão, as cartas queimadas sinto um aperto no peito, como se faltasse algo, como se eu estivesse tentando arrancar o meu coração com a faca da cozinha, não é impossivel, mas irá doer MUITO até conseguir arrancar-lo do meu peito, talvez seja os meus ultimos movimentos, talvez seja a ultima vez que eu estarei sentindo algo tão intenso então é melhor aproveitar, troca o disco, varre a sala, ajunte tudo em um bolo e faça uma cama em cima de suas lembranças, que sejam doces pois serão as ultimas após isso o seu coração irá parar de bater, então seja intenso como foi em todos os momentos que vivemos juntos, que seja forte como você escrevia sempre naquele velha parede ao lado da escola, que seja doce como dizia aquele autor fantástico, que seja fulgáz como dizia aquele cantos que não sabia tocar guitarra, e por final que seja você, sorria, cante e pegue os lencóis os ultimos que ela se deitou ao seu lado, envolva-os em volta de seu corpo e dance aquela musica tão doce que vocês custumavam ouvir nas tardes de Sabádo "Me leve as estrelas sem pensar que amanhã tudo pode mudar, me deixar sonhar em paz porque já não penso em acordar" e por fim, quando o disco acabou, o sol se foi o telefone tocou, corri para atender..porém, que decepção com a voz dela o meu coração não bateu mais forte, com as palavras dela a minha alma não sorriu. Preocupado resolvi sair para caminhar, colher algumas rosas e jasmins que nessa época são comuns no Parque, ao vêr um sorriso de uma garota que passava de patins, senti novamente o meu coração pulsar com vitalidade e esperança, e como mágica veio um folheto em minha direção que estava escrito o seguinte:

"A vida é uma peça de teatro que não premite ensaios.
por isso cante, chore, ria e viva intensamente antes que a
cortina se feche e a peça termine sem aplausos."


..é, me dei conta que ainda estou vivo.

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