terça-feira, 29 de março de 2011

My Crying I Cry Alone




Tinho Paints


minha realidade,
infelizmente.

Timoneiro



Cai, o muro de Berlim
E as rádios tupiniquins ainda amarelam de tocar algo assim
Hoje em dia talvez se eu nao estivesse nesse jogo da rima
Estaria a sete palmos abaixo de terra, rosas vermelhas caindo e meus camaradas lá em cima
Sem deixar pegadas ou pistas
Quilos e quilômetros de boas batidas e rimas
Bem debaixo das suas barbas, bem debaixo de suas vistas
Olhando pelo olho do meu futuro sogro figuro como figura malquista
Fico melhor na cela como réu do que na sala como visita
Insisto e repuxo ismos
Seios me rechaçam isto, por isso não insista
Blasfeme, esbraveje e mande para aquele lugar
Pois nao há onde nao fui
Bisneto de Alah, neto de Marley, filho de Rui
Organismos, formas genes que rebatem sangue ruim
Deus agradeço por tudo que tenho
Familia e amigos, rascunhos e desenhos
Os negros na casa grande e senhores feudais ralando no engenho
Foda-se de onde venho
Na sua frente estou, pow
Quebrou o espelho, sete anos de azar, vou dar
Um perdido nos que se acham e não têm mais como voltar, ah ah...




Sei lá, apenas não me sinto feliz.

domingo, 20 de março de 2011

Tolice ficar mais tempo aqui…

O céu está mais quieto e as marcas da tempestade machucaram demais.
Deve existir um lugar mais calmo…
E eu não tenho mais nada a ver com essa dor.
Eu pulei entre as estrelas e elas apagaram com meus passos.
Dissemos tantas besteiras por medo de não ter coragem.
Deve existir um lugar…
Deve existir um lugar em que o tempo fique assim e deixe olhar pra trás e apagar pesadelos.

Não vou mais apontar estrelas mortas e desejar que o vício te traga pra casa.
Deve existir um lugar…
Não sou mais o mesmo e não somos mais tão iguais.
É triste, mas estou cansado…
Deve existir um lugar.


(. . .)

Nene Altro e o Mal de Caim

terça-feira, 15 de março de 2011

como já foi dito..

Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir o nãos que a vida te enfia goela abaixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar café e continuar.

(...)

Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.


toda criança sensível saberá do que estou falando

sábado, 12 de março de 2011

Prólogo

- Ela me deixou. Palavra comum no vocabulário popular, talvez complicada demais para alguns seres que ainda acreditam no amor, mesmo que seja por poucos dias. Durante algumas semanas convivi com um desses seres de espécie rara, daqueles que não se encontra em qualquer lugar, mas após visto é difícil ser esquecido, não pelo aspecto físico ou coisa do tipo, e sim pelas palavras..Algumas difíceis, alguns sorrisos sinceros, ou também, porque não dizer sobre seus “defeitos” (ao modo de vista dos outros):

Talvez um dos maiores seja o seu cigarro, azedo e mal cheiroso. O seu Lucky Strike, aquele da bolinha que deixa um gosto “fresh” em seus lábios, é nele que esse tal “ser” se apóia e busca forças nos momentos nos quais o ar lhe falta, palavras não conseguem ser proferida pelos seus lábios inertes, sua mente não consegue raciocinar nada a mais além da ausência que um alguém lhe faz, é no silêncio da noite no qual essa espécie utiliza para a reflexão, talvez pelo silêncio monstruoso que assola a vizinhança, ou talvez porque seja o único momento no qual a luz do sol não interfere em nossa visão, deixando tudo mais negro, obscuro e talvez sincero ou mesmo mentiroso, depende apenas do ponto de vista a ser adotado.

O segundo, é a sua vontade imensa pelo gosto deprimente e horripilante de algo destilado, que por sua vez é chamado de puro. Mas ele possui uma teoria referente a esse algo tão decadente e tão mal visto pela sociedade família e amigos, no seu ponto de vista: “Pinga não lhe oferece nada além do que se possui por dentro, ou seja, um copo é apenas uma janela para sua alma, é a transição do que você carrega por dentro para o mundo exterior, portanto tudo que se faz quando se denomina-se bêbado, é tudo o que não é feito enquanto sóbrio por medo ou vergonha da opinião alheia” , ou seja, esta Espécie deferente os seus gostos e seus “rituais”.

Agora que já conhecemos um pouco desse personagem, diga-se de passagem um tanto quanto peculiar vamos aos fatos nos quais motivam a sua existência.

Sobre Ostras e Vitrines

..Mais uma manhã, na toca do Batman, e aquele sentimento que possuo um nó de gravata no peito que tempo algum conseguira desatar, junto ao gosto de terra em minha boca dando a entender o lugar aonde devo ficar, mas a única coisa que importa neste quarto, neste momento, é o Nenê gritando no rádio, com todos aqueles “lárálá” que acalmam meu coração de tal maneira.
Permito a fuga da minha mente, a mesma me leva há alguns anos atrás, na época em que os conflitos internos eram diários, época na qual aprendi muito do que sou hoje em dia, apurei algumas qualidades, enraizei alguns defeitos, adquiri ambos em equivalentes proporções, e hoje em um reflexão rápida em sensata a única coisa que vem a cabeça é o tipo de um livro no qual me chamara atenção em uma das vitrines do Metrô, o titulo é contundente e reflexivo “Ostra Feliz não faz Pérola” pelo menos para mim, no momento fiquei cerca de 5 minutos olhando a capa do livro, procurando uma imagem ou algo do tipo o qual pudesse associar a tal reflexivo titulo, mas não encontrei, talvez pelo interesse quase compulsivo sobre a companhia que estava comigo no momento acabei anotando o titulo em meu celular e indo embora, atrás de uma das coisas mais fúteis e fantasiosas que já ocorreram em minha vida. Neste momento sinto vergonha de mim, repudio estas lembranças..a intuito ao escrever este texto não era me envolver tanto a ele, mas como neste momento é inevitável a emoção, vamos aos fatos (Ao som de Cartola):

- Neste dia, o dia no qual encontrei o livro. Após o dia de serviço algumas brigas, alguns bilhetes com frases “doces e contundentes” fui ao mini-shopping instalado no Metrô Barra-Funda, junto da única pessoa que me interessava naquele momento, após alguns dias, muitas conversas e alguns chocolates finalmente eu consegui, ou talvez o destino nos permitiu um doce estalar de lábios, que seria mais doce de não fosse o fato da bela moça possuir um namorado, que dizia ela não ter mais sentimentos pelo rapaz, porém o mesmo “não deixava terminar o namoro”. Mas para mim, naqueles momentos que antecederam o fim nada disso me importava, apenas aquele sorriso e aqueles abraços tão gentis eram motivos suficientes para ficarmos em paz com nos mesmos e para a minha mente, desde sempre confusa e calejada apagar todo e qualquer motivo que interferisse em “nosso dia-a-dia”. Mas, como tudo no qual o vento alcança, o tempo passou nossas palavras se perderam no tempo. E no dia, aquele que tentará explicar antes do sentimento tomar conta.Neste dia acompanhei ela para comprar o presente de sua Sogra, sogra esta que não pertencia a minha família, mesmo com todo o sentimento que possuía naquele momento, sinto não poder chamar aquele sogra de minha. Até hoje me lembro do seu rosto ficando vermelho quando você disse a vendedora que o presente era para sua Sogra e a mesma se enganou que esta sogra fosse minha, que tola a vendedora..mal sabia ela que este era um dos únicos sonhos que possui no momento. Após esta confusão resolvi pesquisar em outras vitrines, foi então que fui de encontro ao livro que resume a minha vida, “Ostra Feliz não faz Pérola” quando ela chegou, mostrei o livro sorrimos rimos e fomos embora..

“é foda ver quando o sentimento se solta”



Rafael Alves.