sábado, 12 de março de 2011

Sobre Ostras e Vitrines

..Mais uma manhã, na toca do Batman, e aquele sentimento que possuo um nó de gravata no peito que tempo algum conseguira desatar, junto ao gosto de terra em minha boca dando a entender o lugar aonde devo ficar, mas a única coisa que importa neste quarto, neste momento, é o Nenê gritando no rádio, com todos aqueles “lárálá” que acalmam meu coração de tal maneira.
Permito a fuga da minha mente, a mesma me leva há alguns anos atrás, na época em que os conflitos internos eram diários, época na qual aprendi muito do que sou hoje em dia, apurei algumas qualidades, enraizei alguns defeitos, adquiri ambos em equivalentes proporções, e hoje em um reflexão rápida em sensata a única coisa que vem a cabeça é o tipo de um livro no qual me chamara atenção em uma das vitrines do Metrô, o titulo é contundente e reflexivo “Ostra Feliz não faz Pérola” pelo menos para mim, no momento fiquei cerca de 5 minutos olhando a capa do livro, procurando uma imagem ou algo do tipo o qual pudesse associar a tal reflexivo titulo, mas não encontrei, talvez pelo interesse quase compulsivo sobre a companhia que estava comigo no momento acabei anotando o titulo em meu celular e indo embora, atrás de uma das coisas mais fúteis e fantasiosas que já ocorreram em minha vida. Neste momento sinto vergonha de mim, repudio estas lembranças..a intuito ao escrever este texto não era me envolver tanto a ele, mas como neste momento é inevitável a emoção, vamos aos fatos (Ao som de Cartola):

- Neste dia, o dia no qual encontrei o livro. Após o dia de serviço algumas brigas, alguns bilhetes com frases “doces e contundentes” fui ao mini-shopping instalado no Metrô Barra-Funda, junto da única pessoa que me interessava naquele momento, após alguns dias, muitas conversas e alguns chocolates finalmente eu consegui, ou talvez o destino nos permitiu um doce estalar de lábios, que seria mais doce de não fosse o fato da bela moça possuir um namorado, que dizia ela não ter mais sentimentos pelo rapaz, porém o mesmo “não deixava terminar o namoro”. Mas para mim, naqueles momentos que antecederam o fim nada disso me importava, apenas aquele sorriso e aqueles abraços tão gentis eram motivos suficientes para ficarmos em paz com nos mesmos e para a minha mente, desde sempre confusa e calejada apagar todo e qualquer motivo que interferisse em “nosso dia-a-dia”. Mas, como tudo no qual o vento alcança, o tempo passou nossas palavras se perderam no tempo. E no dia, aquele que tentará explicar antes do sentimento tomar conta.Neste dia acompanhei ela para comprar o presente de sua Sogra, sogra esta que não pertencia a minha família, mesmo com todo o sentimento que possuía naquele momento, sinto não poder chamar aquele sogra de minha. Até hoje me lembro do seu rosto ficando vermelho quando você disse a vendedora que o presente era para sua Sogra e a mesma se enganou que esta sogra fosse minha, que tola a vendedora..mal sabia ela que este era um dos únicos sonhos que possui no momento. Após esta confusão resolvi pesquisar em outras vitrines, foi então que fui de encontro ao livro que resume a minha vida, “Ostra Feliz não faz Pérola” quando ela chegou, mostrei o livro sorrimos rimos e fomos embora..

“é foda ver quando o sentimento se solta”



Rafael Alves.

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